sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Quero eternizar a minha saudade.

Hoje aprouve ao nosso bom Deus tomar para si uma grande amiga, a quem eu admirava e respeitava, não só pela sua experiência e vivência no trabalho, mas também pela pessoa que mostrou ser.
Maria Elizabeth foi a primeira pessoa a quem me apresentei no meu primeiro dia de trabalho (lembro como hoje). Não lembro de quase nada do que ela me falou, mas uma coisa gravei bem, ela disse que não iria me dar muita atenção, pois estava para ir à diálise e me apresentou a Isabella (que foi a animação em pessoa).
Nossa, eu havia gostado daquela pessoa tão séria, mas que havia demonstrado gentileza ao me receber. Logo eu que chegara tão acuada e quase não falava. Nos dias que seguiram ela me acompanhou, demandou algumas atividades e teve paciência para me ensinar sobre o universo dos Juizados Especiais.
Não foi difícil eu me pegar admirando o seu empenho no trabalho, seu compromisso e seu conhecimento. Era realmente um patrimônio vivo do TJPE, na Coordenadoria dos Juizados Especiais, tombada para "ad infinitum" viver ali como Supervisora Técnica. Isso mesmo, não tinha como não ter segurança quando ela estava por perto, fazendo os mutirões, cobrando as estatísticas, tratando os mais diversos assuntos e gerenciando tudo ao redor.
Sempre dizemos que na esfera laboral não há ninguém insubstituível, não irei desmentir, pode ser que realmente ninguém seja insubstituível, mas Beth se fez necessária.
Só que Beth era mais. Tive a grata oportunidade de a conhecer além do ambiente de trabalho e fiquei igualmente encantada. Bethinha foi uma das poucas pessoas que vi na vida com uma disposição de se importar genuinamente com o próximo, passei a me sentir cuidada por ela. Com sua família era a mesma coisa. Beth passou a ser sinônimo de perseverança, força, luta, cuidado, dedicação e alegria também, pois nunca viveu reclamando da vida, por mais dura que fosse.
Ela tinha esse gênio forte para lutar, bem verdade que por vezes era dura demais na cobrança do trabalho, mas mesmo não gostando deixava pra lá e levava em consideração tanta gratidão que nutria por ela.
Com o tempo, passou a ser minha amiga, de certo modo eu acabei me imprensando na amizade que já existia entre ela e Isabella, talvez até como um adendo. O fato é que compartilhávamos idas ao shopping, almoços, risadas sem fim, falávamos besteiras e também coisas sérias. Tem coisas que fica até difícil fazer sem que bata uma saudade enorme. Sempre levava um bolinho pra gente, um lanchinho, biscoitos (eu dizia até que ela já estava com cara de waffer de morango). E a banana...nossa, vai ser difícil não lembrar do seu risinho ao me ver comendo banana com biscoito maisena....kkkkkk.
Ai, Beth...como eu queria que existissem mais pessoas como você. Lembro-me bem que era tímida de falar de sentimentos, mas eu não tinha vergonha e dizia que a amava. Lembra, Isabella, um dia antes de nossa amiga passar mal, havia dito isso. Talvez seja isso que me conforte mais, o fato de que Bethinha partiu sabendo que eu a amava pelo que ela era, como era, independente dos defeitos e contando com suas qualidades, simplesmente pessoa como eu.
Sei que Deus fica alegre com a morte dos justos, pois sabe que não perdeu aquela pessoa para o mal, antes ela estará com Ele na eternidade. Eu me confortarei nessa esperança e na certeza de que Deus, na sua onisciência, sabe o que é melhor para cada um.
No mais, Maria Elizabeth Arruda de Miranda, você em meu coração será sim insubstituível. Durma em paz e em Cristo.
Com muito amor e muita saudades.
Recife, 21/02/2014.
Lídice Domingos