quinta-feira, 21 de abril de 2011

Páscoa

A páscoa tem um significado muito forte para mim, talvez até maior que o natal, pois em todas as suas significações ela reflete uma superação e uma força espetacular. Assim, exponho meu desejo de páscoa a todos através das palavras que podem representar bem o significado dessa rica comemoração. Eu gostaria que a páscoa trouxesse nos corações de todos a coragem para reviver, para renascer, para reconstruir, para se libertar. Se libertar dos medos e receios que aprissionam e turvam a visão para algo melhor. Reconstruir sonhos frustrados, não acabados ou deixados de lado. Queria que todos pudessem renascer, dando a si mesmos uma nova chance para vida, modificando paradigmas que não tem contribuído para felicidade, se remodelando para o novo. Que reviver fosse uma prática, mas só para as coisas boas, de modo que o bom se perpetuasse pela reiteração de atos. Eu gostaria que a páscoa trouxesse, por fim, a realização de sua maior mensagem em tudo que está perdido, sem sentido, sem jeito, morto e ao qual amamos e queremos muito: A RESSURREIÇÃO! A todos feliz páscoa!

domingo, 3 de abril de 2011

Homenagem através de um poema.

Embora tenha dedicado este poema a outra pessoa, aproveito o momento para homenagear um grande homem: nosso ex-vice-presidente José de Alencar, que faleceu no dia 29 de março de 2011. Pessoas boas passam pela mais diversas dificuldades para ter propriedade e legitimidade para dizer aos outros: você consegue. Então, segue o poema:


POR QUE OS BONS SOFREM?


Não têm sido poucas as histórias estranhas que ouço.
Algumas delas me deixam com um pesar tremendo, pois, na minha humanidade passo a julgar como demasiado o fardo exposto.
É natural achar que o nosso fardo é injusto, pois nos julgamos bons.
Mas existem pessoas as quais atribuímos este título, pela nobreza dos seus corações.
E como é triste ver que essas pessoas boas estão sofrendo, penando ou até morrendo.
Como é desesperançoso olhar e humanamente não ver uma luz ou uma saída.
Mas, então, por quê?
Por que a vida tem sido tão injusta? Por que punir os bons?
Por muito tempo pensei assim, mas percebi que esta não é a realidade.
Estamos no mundo, sujeitos ao mundo e às suas intempéries.
A vida nos vê na mesma medida, não separa pobres ou ricos, bons ou maus, apenas lança sobre todos seus pacotes, como caixinha-surpresa.
É assim, do mesmo modo que o sol nasce sobre os justos e injustos ou que a chuva rega a terra sem distinção.
Desde então, percebi que não se deve perguntar por que tudo isso acontece, mas para que acontece.
Não creio que os bons estejam agora pagando dívidas do além.
Não acredito que sejam agora punidos pelo outrora.
Mas acredito que há um propósito maior em tudo isso.
Existe um pra quê.
Por isso, não digo que a recompensa do bem praticado esteja na dor aguda do hoje ou no dilaceramento da carne.
Porém a recompensa do bem está no outro, na direção das setas lançadas, da ação estendida.
Independente do agora, eu sei que nenhuma boa atitude lançada voltará vazia.
É a lei: o que se planta, será colhido.
Sei que bons frutos surgirão, mesmo que os olhos não alcance.
Eles sempre existirão e isso dá a certeza de que nenhum bem feito é em vão nem nunca será.
Talvez, limitadamente, o máximo que consigamos enxergar é que temos muito a aprender com essas pessoas boas.
Pois, os bons sofrem como todos os demais, porém demonstram que a sua alma é boa independente das circunstâncias.
Penam na vida, todavia mostram uma força superior, que não se reflete na fragilidade dos seus questionamentos, mas na continuidade do cuidado aos que lhe cercam.
São moídos por não abrirem mão da justiça e da retidão, e refletem assim uma índole inquebrável.
Por fim, padecem perpetuando virtudes e ensinos em pequenas sementes de amor, sem as quais o mundo não poderia continuar subsistindo.

Lídice Domingos (Em 22/12/2010)