sexta-feira, 8 de julho de 2011

UM BRASIL SEM MISÉRIAS?!

Hoje, aproximadamente às 8:50, estava na Conde da Boa Vista esperando um ônibus para ir ao trabalho e  vi uma cena que me chocou e emocionou bastante. Um morador de rua, jovem, ignorava o início de um novo dia, permanecendo com seu colchão e todos os seus pertences em frente a uma loja, querendo voltar a dormir. Ele colocou seu instrumento de trabalho embaixo do colchão (o rodo para limpar para-brisas de veículos), juntamente com sua sandália tipo havaianas. Usou sua mochila como apoio para a cabeça e, com o único lençol visível, se cobriu para voltar a dormir. 
Após subir no ônibus, quando já seguia a viagem pela pátio da Igreja do Carmo, visualizei outra cena: uma senhora, também de rua, dançando e cantando. Provavelmente já não tinha suas faculdades mentais em ordem. Porém, com certeza, era mais uma a ser ignorada pela sociedade.
Meu Deus! Eu já passei por muitas dificuldades na vida, já passei privações. Na minha adolescência, com o câncer de meu pai (único arrimo da família), muitas vezes não tínhamos como nos manter e tivemos que contar com a ajuda das pessoas. Nós não fomos ignorados, nossa situação não foi ignorada. Mas lembro com pesar dessa dificuldade toda que passamos, realmente foi muito difícil, no entanto eu ainda tinha um teto para morar e uma família. Ainda tinha amigos que ajudaram. Aliás, tenho amigos a me ajudar até a presente data, pois ainda enfrento muitas dificuldades. E essas pessoas?
Embora seja difícil assimilar a violência e dar explicações para as ações dos meliantes, fico pensando o quanto deve ser dura, pesada, deprimente e condenatória a vida de quem está abaixo da linha da pobreza. De um abacateiro só podem nascer abacates. Poucos conseguem, como eu e minha amiga de estudos, ir de encontro à sua realidade social para mudá-la (e olhe que ainda não consegui mudar, mas ao menos estou conseguindo ir de encontro). A pobreza dói e a miséria corrói.
Agora temos uma campanha para acabar com a miséria no País, fomentada pelo Governo Federal. Contudo, a tendência é que tais ações apenas encubram a realidade, pois enquanto a pobreza e a miséria estiverem nos corações dos que estão longe de sofrerem as privações financeiras/materiais, pouco, ou quase nada, se avançará. Não há como tratar dessas questões sem verdadeiro ALTRUÍSMO,  sem querer de fato DIVIDIR a riqueza do País com todos, sem querer DISTRIBUIR de forma mais igualitária (mas ainda justa) a renda, sem tratar do psique, sem implantar nas mentes que todos devem contribuir com o seu trabalho (destituindo a ociosidade e a malandragem reinante).
É então possível conseguir isso? Eu respondo que sim, embora a resposta pareça utópica, mas só com a vontade positiva da maioria em querer mudar a cara do BRASIL.

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