quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Temos mesmo que passar pelo fogo?

Durante esses dias estive analisando algumas das muitas dificuldades que tenho enfrentado. Impressionante como tudo começa a surgir de uma vez só e aí é que perguntamos se existe alguma razão para tantas dificuldades e tempestades na vida ou se isso vem de forma gratuita mesmo.
De modo que automático, me vi dizendo para uma amiga: - eu tenho que passar por isso tudo mesmo, acho que tenho algo a ser moldado. Depois, como sempre acontece, fiquei ruminando a ideia. Muitas pessoas falam do fogo como sinônimo de provação, intempéries da vida etc, foi a partir disso que passei a tentar compreender duas formas de uso do fogo. A primeira consiste no trabalho de fundição do metal. No site da metal mundi ( http://www.metalmundi.com/si/site/0130) tem a seguinte definição básica desse processo: "O Processo de Fundição é o processo de fabricação, contido de diversas atividades e etapas técnicas, que visa fabricar peças metálicas, no qual um metal (ou liga metálica) inicialmente no estado físico sólido é fundido e passa para o estado físico líquido, no intuito de ser preparado para preencher corretamente a cavidade de um molde, com o formato e medidas exatas da peça a ser produzida, visando solidificar corretamente este metal, neste molde e reproduzir a peça desejada" (grifo não presente no texto original). A segunda forma seria o trabalho de olaria. Segundo o wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Olaria) uma das rotinas da olaria é, depois da secagem ao sol, a exposição da peça ao fogo.
No frigir do ovos, vai para o fogo de um jeito ou de outro. Então percebi que, mesmo que num impulso, não falei bobagem. Na adequação do nosso ser para a vida, realmente precisamos passar por coisas difíceis e dolorosas  como o fogo.  Na primeira opção temos algo sólido que não estava no formato adequado para o uso, ou qualquer outro fim,  e o fogo foi necessário para tornar o metal moldável. Na segunda opção, temos o uso do fogo para fixar o que já havia sido moldado, como um meio de evitar que a peça novamente amolecesse e perdesse a forma. 
A síntese é que, seja para quebrar o orgulho ou intolerância, seja para firmar um caráter em nós, as dificuldades da vida se tornam ideais e necessárias. Muitas pessoas podem enxergar essa visão como algo estilo "Pollyanna", eu prefiro enxergar como um meio de evitar o desespero  e de aproveitar para simplesmente amadurecer. Talvez se todos procurassem tirar proveito das dificuldades,  de muitas outras seriam poupados. Quanto a mim, estou tentando tirar as devidas lições dessa fase.

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